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ENTRE NÓS
Entre Olhares: Qual foi a curta-metragem desta sessão [Curtas À Primeira Vista 2] que gostaste mais?
João Carvalho: Achei o "Siesta Club" (2021) [realizado por Luís Tovar de Lemos] muito interessante, também me revejo naquela ideia das raves e do ambiente assim um bocado hard-core. Foi interessante ver isso traduzido e, um bocado, a banalidade daqueles adolescentes.
Entre Olhares: E achas que estas transformações assim mais relatable são importantes no cinema, achas que vai começar?
João Carvalho: Acho que houve esse meio-termo porque sim, é verdade, o cinema português tem uma estética que ninguém sabe exatamente o que é, porque no lento há ali um frenesim de emoções, mas sim, está-se a tornar cada vez mais woke. Não gosto muito da palavra, mas pronto, porque sim, realmente pega naquilo que são os contextos atuais, naquilo que são os grupos que geralmente não têm esta representação, como alguém já tinha aqui dito e realmente, okay, como é que nós pegamos nesta nossa estética que é muito boa?
Entre Olhares: Achas que pode ser um futuro para o cinema português?
João Carvalho: Exatamente. Acho que é mau Portugal não ter uma grande projeção artística, mas quando as pessoas vêem os nossos produtos dizem “Vocês estão mil anos à frente no experimentalismo.”, precisamente porque têm esta capacidade de traduzir coisas de uma forma tanto relatable, como dá espaço para eu fazer a minha própria interpretação. Por isso, acho que há um grande interesse para as pessoas olharem para este cinema português e, okay, como é que eu pego nisto daqui?

JOÃO CARVALHO
ATOR "REWIND"
Entre Olhares: Uma referência que tu tenhas, agora pode ser de dança, pode ser de cinema. Normalmente eu pergunto: filmes que tu não podes morrer sem ver, tens de dar mesmo essa recomendação, sagrada quase.
João Carvalho: Há um filme que eu digo sempre, e eu nunca mais o encontrei na vida, vi-o uma vez no cinema! Uma vez! "Contraluz" [possivelmente o filme de 2010 de Fernando Fragata] que eu não faço ideia de quem é que é, e não te consigo dizer muito bem a história, é uma coisa um bocado psicadélica, sei que tem qualquer coisa com o Stephen King e com xadrez... Mas acho que também foi muito essa ideia de coisas absurdas, sem grande linearidade, acho que vem um bocadinho daí também. É um filme que eu, um dia, hei de encontrá-lo de novo.
Entre Olhares: E a última pergunta era: qual é o teu filme guilty pleasure ?
João Carvalho: Não existem guilty pleasure, a gente vê o que quer e acabou! Mas guilty pleasure... eu sou completamente obcecado com o "Mamma Mia" (2010) [de Phyllida Lloyd] e não tenho vergonha nenhuma de o dizer! Eu já vi o Mamma Mia, à vontade, 40 vezes e vou continuar a vê-lo.
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